quarta-feira, maio 10, 2006

mais um acontecimento estranho!

mais uma noite...
mais uma vez apeteceu-me escrever, apesar de nao saber o quê! sim, eu sei, acontece-me varias vezes! mas pronto! acho que talvez tenha mesmo sido a ultima experiencia traumatizante pela qual passei, e nao, nao teve a ver com gajos! pelo menos nao dessa maneira! mas pronto, vou dedicar este meu post a esse evento!
para começar, situemo-nos num sabado a noite, fui jantar com o meu pai, que estava em lisboa. fui jantar com ele e mais uns amigos dele. como tinha combinado uma saida com o m., deixei o meu carro com o meu pai, para ele estar a vontade, e fui ter com o m.! fomos beber cafe, fomos beber um copo ao bairro, e fomos para o trumps! sim, mais uma noite divertida, gajos giros, gajos divertidos, algumas curtes, saimos era ja de dia! seriam umas sete da manha! oculos escuros, por causa de toda aquela claridade, e la vamos nos! ele, querido como sempre, foi levar-me a casa! iamos muito bem, na av. infante d henrique, a ouvir e a cantar a nossa beyoncé, qd nos aparece um carro de frente! para quem sabe, a av. tem sentidos separados por passeio ao meio! é muito dificil para alguém no seu perfeito juizo entrar em contra mao! mas sim, alguém entrou! e a ultima coisa que me lembro é o m. desviar-se para a faixa da direita, e o outro desviar-se também! black out!
qd volto a abrir os olhos, estamos parados, algo se passa com o carro, eu tenho uns lenços de papel na mao, olho para o lado, e o m. tem sangue por toda a cara, começo a estancar o sangue que sai do corte que ele tem na cabeça, chamo por ele, pergunto-lhe varias vezes em desespero como ele está! e agora, ele tem de estar bem, nao lhe pode acontecer nada, nao a ele! ele tem de estar bem! por favor, que ele esteja bem. ele mal da acordo de si! ha montes de movimento a nossa volta! nao sei porquê ou quando deixei de tentar estancar-lhe o sangue, mas sei que vieram os paramedicos tratar de nos! começo a prestar mais atençao ao carro, acho, ou simplesmente a olhar para o carro! o vidro da frente esta todo partido, o tablier também, eu tenho sangue na cara, nas maos, o movimento a nossa volta nao para! alguém se poe no banco de tras, atras de mim, a segurar-me a cabeça para eu nao a mexer mais. acho que falam comigo e com o m., mas nao me lembro do que me dizem... o vidro da frente é retirado, ou pelo menos o que resta dele. algures por aqui mediram-me a tençao, e espetaram-me uma agulha no braço nao sei bem para quê! tento mexer os dedos dos pes, ta tudo bem! mexo os pes, mexo as pernas um bocadinho, mexo os braços, eu estou bem, sinto-me bem, porque é que nao me deixam mexer o pescoço??? deixei de poder olhar para o m., mas entretanto ja sei que ele esta bem! nao o posso ver, mas dou-lhe a mao... nao sei ao certo o que se passa... acho que tivemos um acidente! o carro dele esta a ser todo cortado! nao, nao lhe estraguem ainda mais o carro (como se ainda pudesse ter algum arranjo!). nao me lembro quando, mas sei que a minha porta foi arrancada, e cortaram os pilares do carro... para quê! tiraram o tejadilho! foi para isso??? tenho um paramedico de pé a minha frente, o que raio é que ele esta a fazer! sinto uma coisa dura nas costas! alguém falou em plano duro??? encostam-me aquilo, e levantam-me! tive de largar a mao do m., tiram-me do carro, lembro-me algures de me rir... mas do quê??? deitam-me numa maca, e levam-me para uma ambulancia! la dentro, rasgam-me as calças, tiram-me os tenis, juntam os meus telemoveis nao sei onde! peço ao menos que me ponham o meu tigre na mao... o meu toit! nao me lembro ao certo o que falei com o paramedico que esteve comigo na ambulancia. acho que disse nao sei o que sobre o serviço de emergencia, a serie da tv... devo ter perguntado pelo m., nao sei mesmo! fomos para o hospital. estou deitado na maca, a levarem-me por ali a dentro, so vejo tectos! metem-me numa sala, deve ser a triagem, tiram-me entao o que me resta das calças, nao me deixam continuar a segurar o meu toit... querem cortar-me a t-shirt, mas eu peço para nao o fazerem, é nova, acabei de a estrear! que queridos, nao sei quantas pessoas de volta de mim e tiram-me a t-shirt! vestem-me uma daquelas batas de hospital, que giro! uma enfermeira espeta-me a veia, doeu-me que se fartou, para me por o soro... fazem-me mais nao sei o quê! começo a perguntar pelo m. non stop... por ele e se ja tinham avisado os meus pais! mas eu preciso de saber onde e como esta o m.! ninguém me sabe dizer??? so vejo caras novas... faço questao de o dizer a todos... a ti ainda nao te vi hoje, ou, a ti ja te vi! levam-me dali... mais tectos, so vejo tectos, tectos bonitos, abobadados, vejo que estamos num sitio antigo... numa sala qualquer metem-me numa maquina redonda! o que raio é aquilo??? fico ali um bocado... finalmente um sitio calmo, sinto que adormeço um bocadinho... mas ja me estao a levar de volta! mais tectos... põem-me num quarto... vem uma menina de aparelho nos dentes, a ela ainda nao a tinha visto! é a tania! a enfermeira do quarto onde estou! fico para ali um bocado, ninguém me sabe dizer se os meus pais ja foram avisados, ou, pior ainda, nao me sabem dizer onde esta o m., e como esta ele!! aparece um policia para falar comigo, e eu penso, mas nos nao fizemos nada de mal, eles é que vieram contra nos! ele pergunta-me como foi o acidente, do que é que eu me lembro... e pede-me o contacto dos meus pais. nao sei os telemoveis de cor, a nao ser o telefone de casa, e o telemovel do meu irmao! por favor, avisem primeiro o meu pai, a minha mae nao aguenta esta noticia! ele sai! nao me lembro se antes, se depois, levam-me outra vez... mais tectos... deixam de ser tao giros, abobadados, para passarem a ser de hospital velho! levam-me para as radiografias! uma menina e um rapaz, os dois muito animados! a eles ainda nao os tinha visto, ou ja? la me tiram montes de radiografias! e voltam a levar-me dali, mais tectos, e volto para o quarto, onde a tania é a enfermeira! entretanto, claro, perguntei "n" vezes pelo m., onde está ele, como está ele??? ninguém me sabe dizer??? preciso de ir a casa de banho! devo chamar alguém?? ok, nao aguento, tenho de chamar alguém! dizem-me que ja tratam disso! trazem-me uma arrastadeira (que giro!), que metem por baixo de mim, e trazem também um urinol (nem sabia que existiam portateis!) e menina diz que tenho de ser eu a po-la no sitio! oh menina, eu nao me importo muito se for você! antes de mais, é rapariga, depois é enfermeira, e depois eu nao tou propriamente com vontade de mais nada! ok, confesso, ja tinha visto uns qts rapazitos giros! sim, mesmo logo depois dum acidente, a minha mente nao para, mas sobre isso, prometo um outro post!, mas pronto, la trato eu do assunto, ela diz-me para eu ficar a vontade! e agora... cheio de vontade, mas nao é assim tao facil fazer as necessidades ali! de repente, alguém no corredor, ele, oiço o m. a dizer o nome dele... n. f., sim, é ele! (sim, m. é o segundo nome, isso é uma longa historia! contentem-se em saber que era ele que ali estava!) chamo por ele! que felicidade! ele esta ali, do lado de fora do quarto! mas porque é que nao o trazem para dentro! ou porque é que nao me poem a mim la fora! temos de ficar separados??? ele diz que esta bem, pergunta-me como eu estou... muito melhor agora, agora que sei que ele esta ali, que esta bem... oh que bom! e sim, depois disso, consegui entao aliviar-me! literalmente falando! chamei a menina que levou a parafernalia toda. afinal era so mesmo liquido, nao fiz mais nada!pronto, fiquei muito mais descansado. o m estava ali fora, estava bem. de vez em qd falavamos. acho que voltei a dormitar um bocadito, mas ninguém me sabia dizer se os meus pais ja tinham sido avisados! peço para ir telefonar. acedem e la me levam pelo corredor! a saida do quarto mostram-me onde esta o m., mas eu mal o consigo ver! o raio da coleira nao me deixa mexer o pescoço, e a maca esta toda na horizontal... mas ele esta ali, eu ja estou mais descansado! junto ao telefone peço para marcarem o telemovel do meu irmao, é melhor nao ligar para casa por causa da minha mae! e eis que aparece uma cara conhecida! eu ja a vi, no restaurante do m. ela fala comigo! reconhece-me também! eu pensava que era empregada do m, mas afinal é a mae dele. tao nova, pareceu-me tao bonita... eu estou bem, deves querer ir ver o teu filho... o m esta ali mais a frente! eu estou so a tentar ligar para o meu irmao, isto se ele atender o telemovel... nunca atende! e nao atendeu! mas a mae do m. ja la ia, ver o filho, claro, devia estar preocupadissima, com o coraçao nas maos, tal como ja eu tinha estado, qd acordei no carro, qd ninguém me sabia dizer nada dele! volto para o quarto. foi antes, ou depois... mas sei que a a., amiga do m., ela apareceu, perguntou-me como eu estava! uma querida! peço para voltar a telefonar, levam-me. enquanto esperavamos a marcaçao, aparece um senhor a dizer que o meu pai estava la fora! ok, entao nao vale a pena telefonar! fico tao feliz! ja nao estou sozinho ali! tenho a minha familia! sim, nao estava sozinho antes, tava la o m. e a mae dele, mas nao é a mesma coisa qd la temos um dos nossos progenitores! voltei a sentir-me feliz por um bocadinho! volto para o quarto! toda a gente que entra no quarto eu tento ver... mas o raio da maca e da coleira so me dificultam o trabalho! mas la vejo aquela cabeça... é o meu pai! la vem ele ter comigo, falar comigo... é preciso avisar o hotel que eu nao vou trabalhar... é preciso que o meu pai va buscar as minhas coisas, os meus telemoveis, para poder ligar para o hotel e avisar que eu tive um acidente!
basicamente, a partir daqui foi tudo melhor, mais facil! comi qq coisa, mas nao era nada de jeito... comida de hospital! depois fui levar os pontos, dois... na testa... quando voltei, ja me deixaram ao pe do m.! aí, sim, pude voltar a ve-lo como deve de ser! tem a cabeça ligada! mas ta bem! posso ver que esta bem! a minha mae e o meu irmao chegam, o meu pai sai, para a minha mae poder ir ter comigo! nao chorou, mas quase! entretanto o m. foi fazer o tac ( a tal maquina redonda!), eu ja tive alta, por isso despeço-me dele... de facto ate hoje ainda nao o voltei a ver! a mae dele ficou comigo um bocadinho! la me ajudam a levantar, eu vou vestir-me, com ajuda da minha mae. tenho de andar devagar (ainda hoje ando devagar), mexer-me devagar... visto-me. trato das coisas para sair do hospital, do que é necessario, do que nao é. despeço-me da mae do m., quero esperar por ele, para o ver outra vez, mas dizem-me que nao vale a pena, que preciso de descansar! e levam-me dali, para casa em lisboa, onde durmo um bocado, e depois para aqui, onde estou, em casa dos meus pais. foi um dia estranho... tive um acidente relativamente grave, tive no hospital... e vim para casa! temi pela vida do m., mais do que pela minha! acho que nunca cheguei a temer pela minha! eu sentia-me bem, apesar de tudo o que tinha acontecido!